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Mind Full ou Mindful?

Atualizado: 30 de dez. de 2018

A minha resposta a esta pergunta seria um pouco dos dois. Mindful com muito Mind full

Estive bastante ausente de propósito, ou bem, …quase de propósito.


Uma das minhas resoluções de 2018 era justamente começar a praticar mindful, uma daquelas resoluções que parecia estar sempre nos primeiros lugares da minha lista mas que por algum motivo transitava de ano para ano sem nunca acontecer. E o ano de 2018, o meu ano, teria que ser o ano de viragem.


Confesso que isto para mim foi o verdadeiro mindfulness challenge. Foi mais que um simples challenge, foi uma mudança de vida ou está a ser na realidade.


Engane-se quem achar que esta coisa de meditar é sentar-se, respirar fundo, pensar em coisas bonitas e voi lá. Terminamos sorridentes e cheios de vontade de ir dar abraços ao Mundo. Até pode ser que um dia venha a ser essa a sensação com que termino, com a experiência, mas não foi assim que me senti no início, de todo.


Confesso que esta foi capaz de ser a resolução de 2018 que mais me custou e está a custar de garantir. Não porque seja difícil arranjar tempo para a concretizar (que também o é!) mas mais pelo desafio mental que implica.


Sempre fui daquelas crianças/raparigas eléctricas. Mexia em tudo, gostava de ver tudo com as mãos, preferia que a minha mãe me desse uma palmada do que me deixasse ficar de castigo parada num sítio. Tinha o chamado bicho carpinteiro e só estava bem a mexer-me. Claro está que a minha mente sempre me acompanhou.


Nos meus anos todos de dança, de pequenina a adulta, sempre gostei mais de danças mexidas e o clássico ballett nunca foi para mim [apesar de ter feito formação inicial clássica]. Ballett era parado, rígido e mantinha-me sempre numa posição muito “direita”. Estava dentro da sala mas a minha cabeça vagueava pelas folhas que via cair do outro lado da janela. Sempre foi assim. Sempre.


Atividades como Yoga? Só se fosse Yoga do Riso que ninguém me iria aguentar 1h num  ambiente ” calmo e descontraído, focada na respiração”.

Até um dia.




E o dia em que o desafio começa com o perceber o que é e como se faz.


Para isso aconselho o livro que me foi tão bem aconselhado chamado “Mindfulness: Atenção Plena”, um programa bastante bem estruturado com um CD de meditações guiadas bastante fáceis de seguir.

Não haveria problema nenhum se não fosse o facto de eu não conseguir ter tempo para ler e não ter disponível um leitor de CD ( parece impossível mas não existe cá em casa…!). Não passava assim das primeiras páginas. Mas não era só isso… Eram essencialmente desculpas da minha cabeça para não sossegar a mente e os meus pensamentos. E quase como inconscientemente guardava este livro e a ideia de que “um dia o iria ler”.


Seguramente passou mais de um ano em que tive comigo o livro, sem passar das três primeiras páginas.

Mas a verdade é que as coisas mudam, nós mudamos e a nossa forma de pensar, sentir e de estar no Mundo também. E engane-se de quem diz ” Ah mas ele(a) não muda…”. Mudam, acreditem que nós mudamos ao longo da nossa vida e ainda bem.


A minha maior revolução foi sem dúvida a maternidade e é nesta evolução pessoal e tão introspectiva que entro mais em contacto comigo mesma e com a necessidade de “sossegar” a mente que sempre me acompanhou aos saltos. Eu gostava dela assim, fazia parte de mim, mas eu também precisava que ela cooperasse comigo de vez em quando e me deixasse acalmar.


Nesta busca tinha o livro, continuava a não ter leitor de CD mas tinha uma coisa que sempre me faltou, a vontade intrínseca de o fazer, de mudar, de me restruturar.


Pela “mão” da mesma pessoa que me aconselhou o livro, foi-me sugerido uma aplicação no telemóvel que fez toda a diferença Head Space.


Nada mais nada é que meditação apresentada de forma muito simples, com imensas aplicações. Um sonho. Esta aplicação é paga, é o senão, mas tem a possibilidade de usufruírem de alguns pacotes gratuitos e estabelecerem a pratica do mindfulness e depois continuarem por vocês. Super pratico, intuito, fácil, com as mais variadas opções para o que quer que seja. Eu sou completamente fã, acreditem!


Seguidamente surge a questão do “E vou conseguir tirar esse tempo quando?”…




Quando for. Na realidade tomada de consciência às vezes não precisa de tempo quase nenhum. É o tomarem consciência por exemplo quando lavam os dentes, como pegam na escova, o que pensam, o que sentem, quais os movimentos do vosso corpo.


O ideal é criarmos uma rotina como lavar os dentes mas eu, passado mais de 30 dias de Mindfulness ainda não tenho uma rotina estabelecida. Sei apenas que preciso de o fazer (e quero!) seja onde ou como for. Acreditem que já fiz nos lugares mais estranhos mas não deixa de ser importante e engraçado ao mesmo tempo.


Não precisamos de começar a meditar durante uma hora!


Eu ainda estou nos 20 min e ainda não me sinto capaz de avançar mas também foi gradual. Comecei com 1 minuto ( sim, apenas um!), depois 3 minutos, depois passei para 5, 10, 15 e finalmente os 20.

Acho que cada um tem que sentir vontade de fazer “mais”. Não vale a pena apressar só porque sim, caso contrário não trará certamente nenhum beneficio.


É também importante percebermos que não temos que fazer todos os dias. É o ideal, eu sei, mas tive dias em que também eu não quis fazer. Estava cansada de prender a minha mente, de a treinar. Estava cansada de tentar. Essa sensação faz parte de todo o processo e é muito natural surgir neste treino. Permitam-se sentirem-se assim, sem julgamentos, é o que é. Depois, quando quiserem logo retomam as vossas meditações até se tornar numa pratica tão normal como “lavar os dentes”.


E não, não me senti nas nuvens, não vi arco-íris e não cantei com os passarinhos…

Temos que ter bem presente uma coisa, cada ser é um ser. Tem o seu tempo, espaço, forma de estar. Crenças. E há coisas que tem que ser desconstruídas para serem reconstruídas.





O mindfulness é uma prática, um treino de conexão corpo-mente. Não é uma técnica de relaxamento, é muito mais que isso. Trata-se de prestar atenção ao momento presente mas sem estar apegado ao passado ou a projectar o futuro. Quem me conhece que me diga, como é que eu conseguiria alguma vez isto? Claro, não é de todo fácil. Não é. Mas treina-se.


Neste treino de conexão conseguimos observar padrões de pensamentos e emoções, as nossas experiências boas, más ou neutras mas conseguimos aprender a mudar a forma como reagimos a elas. Mas isso também nos coloca “em contacto com”, e por vezes essa é a parte da mente mais refundida que está lá bem escondida e que ninguém quer ir mexer.


Por esse motivo esta é uma ferramenta tão importante mas como todo o treino custa, cansa, magoa. Mas no final os resultados aparecem e na realidade há imensos estudos que comprovam a sua eficácia em várias áreas da nossa vida. Não é à toda que o podemos aplicar à alimentação como falo aqui ou até mesmo à parentalidade.

Confiem nos resultados que vem a seguir.


Confiem em vocês e sintam cada pensamento ou emoção como isso mesmo, fazem parte de vocês mas não vos definem, não sao vocês. Vocês são muito mas muito mais do que isso. Elas vêm, vão e passam. Vocês ficam.


Como meditar em 1 minuto!


Para pessoas mais descomplicadas (ainda mais!) deixo aqui um vídeo de uma meditação de 1 minuto. É óptimo para começar e o Wemind também tem vários tempos de meditação. O que interessa é ir treinando e ir aperfeiçoando a técnica em nós!

Espero que vos seja bem útil esta dica! Contem-me depois como foi esta iniciação e quais as principais mudanças que ocorreram em vocês.


Porque viver assim, é #Easy!

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