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Onde está o botão de desligar?!

Atualizado: 13 de nov. de 2018

Este artigo é mesmo para as minhas amigas que vão brevemente ser mães e para todas as mães de primeira viagem que têm muito medo ” do que aí vem”. Been there… Eu percebo-vos.

Antes da maternidade e depois de ver amigas ou mesmo conhecidas nesta nova realidade, percebi muitas vezes que o mais difícil era lidar com o choro interminável e na maior parte das vezes incompreendido de um recém nascido. ” Todos os bebés choram!” e basicamente é assim que as nossas mães, tias ou avós nos “preparam” para esta nova fase. “Lida com isso e não chores tu!”


Surpreendentemente esta não é uma fase pela qual tenhamos que passar todas e nem sempre todos os bebés choram sem parar. Na realidade o bebé tem uma única forma de comunicar os seus desagrados, que é chorando, e na verdade quando isso acontece é preciso saber identificar o motivo.

Contrariamente ao que poderemos ouvir de sabedoria popular, a verdade é que se o bebé chora é sempre por alguma razão e não é “ por manha”. Talvez seja mais fácil atribuir a “culpa” à manha, pois assim também facilita o papel do adulto. Compreender um bebé que não fala e perceber o que se passa com ele requer atenção, dedicação e capacidade de empatia que muitas vezes não existe tornando obviamente a tarefa de descodificar o bebé bastante inglória.


Na minha fase de maternidade absorvi muita informação e acho que consegui captar uma das coisas essenciais que contribuíram para que a Maria fosse um bebé calmo. Li vários livros, dos quais destaco os dois da Constança Ferreira mas principalmente o ” Os bebés também querem dormir” e do Harvey Karp e o seu livro “ O Bebé Mais Feliz do Mundo” ajudaram-me também a entender o que significava um quarto trimestre de gravidez.

Na realidade, e exceptuando obviamente os prematuros, ainda existe muita gente que tem os bebés não quando eles estão preparados para nascer mas sim quando os pais/ médicos querem. Esta realidade não é de todo muitas vezes consentida pelos pais, que desconhecem na maior parte que exista essa possibilidade, mas não deixa por isso de ser uma realidade.

” O meu bebé nasce hoje!”


Algumas pessoas querem antecipar os nascimentos com cesarianas, outras preferem antecipar “naturalmente” com a famosa indução, outras são forçadas a isso normalmente pela “não informação” ou falta dela (excluo naturalmente aqui todos os casos de prematuridade espontânea que existe por diversos factores ou qualquer anomalia na gravidez que obrigue a que este nascimento seja feito sob controle médico).


Na realidade dever-se-ia evitar qualquer tipo de parto antes das 40/ 41 semanas e em Portugal a maioria dos partos ocorre entre as 37 e as 38 semanas, pelos mais diversos motivos e muitas vezes com desculpas que dão para rir até mesmo ditos pelas próprias equipas médicas.

Apesar de não se conhecer o número exacto de induções (porque existem aquelas que surgem depois de um “toque” do obstetra e ninguém se apercebe o que aconteceu na realidade), sabe-se que o número é bastante acima do que é recomendado pela Organização Mundial de Saúde.



É importante referir que qualquer indução tem riscos para a mãe e para o bebé. E quando a avaliação desses riscos se prende a fatores como “o médico não está”, “escolhemos o dia para nascer”, “hoje está mais sol”, torna tudo bem mais complicado. Seja como for, e apesar deste tema da indução poder ter direito só ele a um post, vou acelerar para passar para a parte que interessa mas que em tudo está relacionada com este ponto.


A maioria dos bebés nasce quando não é suposto nascer. Sim, porque esperar que o corpo inicie o seu trabalho de parto significa, em todas as espécies, que o feto está totalmente desenvolvido para poder sair e sobreviver “cá fora”. Esta adaptação é essencialmente física mas também cognitiva, dado que o Mundo cá fora é cheio de estímulos que “ferem” um ser que esteve 9 meses num espaço escuro, quentinho como é o útero materno (ainda que ruidoso).

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