A minha jornada começou assim que descobri que íamos ser 3.
Apesar de estar inserida numa família onde sempre houve bébés sempre tive curiosidade por saber mais sobre “as novas tendências” (se é que lhe posso assim chamar) neste novo mundo que se avizinhava a uma velocidade maior do que aquela que eu estava à espera.
Tal como em tudo existe imensa informação disponível mas o facto de estar presente em alguns grupos de apoio de mães, ajudou-me muito a ter consciência e a perceber o que fazia mais sentido para mim e o que eu pretendia com a educação deste novo ser.
O facto de ter sido seguida no Centro pré e pós parto de Entrecampos, e todos os workshops a que fui, ajudaram-me imenso nesta fase de ansiedade e essencialmente na preparação para o que iria ser a minha nova vida. O centro tem especialistas que dão workshops bem como enfermeiros, pediatras, nutricionistas. São incansáveis e de um apoio fantástico. Foi lá que fiz o curso de preparação para o parto e outros tantos workshops. Para além de me “educarem” neste novo papel de mãe também andei lá em aulas de ginastica pré parto que me divertiam imenso enquanto cuidava da minha saúde e da do bébé que já se mexia ao som da música de ginástica.
Fartei-me de ler. Li, li e reli.
Rapidamente tomei decisões, idealizei este periodo e desejei o parto. Fiz tudo o que havia para fazer para seguir à risca as boas práticas.Tinha um excelente obstectra que cuidadosamente selecionei dado as minhas escolhas, um plano de parto (que entreguei no Hospital onde ia ser seguida), um namorido mais que “quitado” com informação, aparentemente tudo o que precisava. Tinha já uma pediatra escolhida que sabia que nos iria suportar durante este tempo.
Mas foi no dia do parto que percebi que a flexibilidade da nossa mente é a nossa melhor arma e que temos de estar mentalizadas que não controlamos tudo e que pode ser tudo o contrário do que esperamos/ idealizamos. E foi o que aconteceu. Foi tudo ao contrário…
[Um dia poderei falar sobre este dia. Hoje não… Seria extenso e provavelmente assustaria os mais sensiveis.]
É impossivel descrever a felicidade quando a vi e a ouvi chorar pela primeira vez (quem é mãe sabe do que falo!). Quando a senti pela primeira vez, quando dormi com ela junto a mim e quando viemos finalmente para casa. A nossa casa!<3
Posso dizer que neste primeiro mês tudo nos assusta e basicamente não sabemos nada.
Por mais coisas que possamos achar que sabemos, numa altura em que as hormonas estão loucas, as olheiras maiores que a mais funda das covas e a nossa imagem meia estranha (dado que já não temos o bébé dentro de nós mas continuamos a olhar para nós como se o tivéssemos…), torna-se complicado ter que “adivinhar” o que se passa.
A piriuka é uma bébé super tranquila, sempre foi. Ainda assim, e a par das suas alergias ainda não identificadas nesta altura, sofríamos imenso com episódios de refluxo, vómitos e diarreias constantes. Sofríamos com um chiar do peito e um choro noite dentro que apenas acalmava se a pusesse em cima de mim a dormir [confesso que demorou até eu perceber que esta era a unica forma de a acalmar… ].Foram muitas noites a deambular pela casa, embalando um bébé choroso sem saber o que devia fazer. Eu até achava que não lhe devia dar mama “para não habituar”… E eu que supostamente era “informada”.
Dado ela ser um bébé de cessariana e com estes episodios todos, tinhamos conhecimento que a osteopatia poderia ajudar e assim foi. Ela andou sensivelmente 2 meses na osteopatia, todas as semanas. Eu via melhorias mas nada que fosse muito significativo (o que aconteceu com a alteração alimentar).
Nesta fase é tudo tão confuso e acontece tudo ao mesmo tempo que se torna díficil gerir todos os pensamentos ou sabermos fazer as coisas “como nos ensinaram”. Mas guess what? Só precisam de seguir o vosso instinto de mãe e principalmente confiarem nele!
A minha bébé precisava do contacto comigo e o berço, ainda que ao lado da cama, não lhe proporcionava o contacto preciso. Na verdade eles estiveram 9 meses dentro de nós… Não podemos esperar que saiam cá para fora e que passem a ser “independentes” certo? Mas essa ideia de dependência total assusta e não sabemos lidar com.
Depois à nossa volta há sempre aqueles ” entendidos na matéria” que até sabem que “dormir com bébés é perigoso e torna-os muito dependentes”. Mais dependentes ainda??!
O que nos valeu foi o pano (ou o sling) que me ajudou imenso nesta fase comprado com a ajuda de uma consultora e após um workshop de BabyWearing. A minha bébé ficava sossegada e sentia-se protegida sendo que era um forte aliado para a resolução das terriveis cólicas. Esta era a forma de conseguir acalma-la e passar a gerir o meu dia e as sestas dela. Sim eu tinha um bébé bem pesadote e por vezes o ajuste não era o mais correto, sofri um pouco com isso mas abençoados portes que ainda hoje uso e adoro, por todas as razões.
O namorido foi essencial nesta fase. O apoio dele, todo o carinho e dedicação a nós, a mim, fizeram com que em conjunto superássemos muito mais facilmente esta fase e as noites sem dormir.
Recordo-me com ternura um dia em que eu estava exausta e não conseguia pousar a bebé que ela chorava inconsolavelmente. Eu própria também chorava. Estava cansada, não dormia, sentia um peso de um corpo que desconhecia e uma cabeça que ainda nem se tinha situado no filme novo onde agora pertencia. Estava feliz mas ao mesmo tempo triste (meu querido baby blues). Ele chegou a casa, deu-me um beijo e vendo-me naquele estado sentou-me no seu colo para me reconfortar. E assim ficamos as duas ao colo do pai, sentindo-nos protegidas e amadas. Foi um momento que vou recordar sempre.
Apesar de parecer tudo lento, de não ter forças para mais nada, de não dormir nem saber dormir quando ela dormia (ainda hoje não sei), este mês passou a correr. E com isso passaram também todas as más lembranças que pudessem estar associadas dando maior destaque às boas. Passou essencialmente porque olhar para ela enchia-me(nos) de amor, coragem e energia novamente. Vê la a crescer e puder ajuda-la a adaptar-se a “este mundo estranho” tornou-se a minha missão.
E digo-vos: MISSÃO CUMPRIDA. Conseguimos passar esta barreira. Depois vem outras, muitas mais. Mas a primeira já estava. E estávamos tão mas tão FELIZES!
Conselho: Inspira, Respira e NÃO PIRA! Como me dizem “ tudo passa” ok? Mesmo sem saber quando, vai passar.
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Make it easy & be a happy mom!:)
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