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Sou Lisa, prazer. E tudo o resto nada mais é que isso.

Atualizado: 13 de nov. de 2018

Não sou nem Paleo, nem Vegan. Sou eu.

Faz-me alguma confusão que as pessoas sejam definidas pelo estilo de alimentação que levam, como se de uma religião se tratasse. Como se existissem clubes que fazem campeonatos e até ganham taças. Não se respeita o individo ou a forma como reage aos alimentos.


Eu não sou o que como mas como para poder ser o que sou. Essa é a verdade.

Não podemos ser Paleo porque existe alergia a carnes, peixe e ovos. Não posso ser Vegan pois existe alergia a soja, a cajus e trigo.


Na realidade, preciso de ser alguma coisa para além do que sou? Misturamos conceitos, crenças da alimentação, procuramos o que faz sentido e resulta para nós. E será sempre essa “dieta” ou estilo de vida que se adequará a nós.


Posso escrever sobre as nossas receitas no meu blog e partilha-lo com os diferentes grupos ou “não me encaixo” em nenhum deles? Quantas pessoas “seguem” uma dieta ou estilo de vida e sentem que o seu corpo não lida bem com ” este ou aquele” alimento? Mas continuam a insistir porque “fulano A, B ou C” fizeram a dieta e tiveram excelentes resultados?

Cada individuo responde de forma diferenciada aos alimentos, não existem dietas ou estilos de vida saudáveis para todos e nem toda a gente consegue comer a mesma coisa.

Há pessoas que são intolerantes à alface ( sim, é verdade), aos legumes, às frutas. Há pessoas que supostamente não toleram o “suposto saudável” e é por isso que têm que ser ainda mais segregadas com um rótulo de qualquer coisa que não existe bem definido?


A questão das alergias já é por si só bastante limitador como já falei anteriormente aqui.


Infelizmente nunca me familiarizei sobre esta questão antes de ser mãe. Tenho pena.

Toda a vida tive problemas gastrointestinais e algumas alergias respiratórias, tendo sido diagnosticada com síndrome do intestino irritável e renite alérgica ( basicamente quando não sabem do que se trata é SII. Alergias mal identificadas e tratadas).

Vivia com isso ainda que não muito bem…




Fazia tratamento de vez em quando e de vez em quando lá ia parar às urgências com dores abdominais fortíssimas. Nunca era nada, não descobriam nada, vinha medicada com isto para aquilo ou o outro para o resto…

Não passava. Voltava. Nunca era nada. Mas era, na realidade era tudo.


Para além disto o Pai da baby, tinha (e tem) as mesmas alergias respiratórias que eu e teve até à adolescência alergias alimentares e pele atópica o que agravou a bio disponibilidade dela para estas alergias.

Não sabia mas passei a saber que existe uma predisposição genética e um componente hereditário forte para a alergia. Quanto maior o número de pessoas dentro de uma família com casos de alergia, maior o risco da criança nascer com algum tipo de alergia:


15% se não houver hereditariedade.40% se o pai ou a mãe for alérgico(a).60% se o pai e a mãe forem alérgicos.75% se o pai, a mãe e um membro da família próxima forem alérgicos


A falta de conhecimento levou a que grávida consumisse os alimentos que eram alérgeneos para mim e isso também ajudou “ao quadro” de sensibilidade alérgica, não querendo no entanto significar necessariamente que ao que eu sou alérgica a M também seja.

No nosso caso temos alergias mediadas por IgE ( aquelas que aparecem nos testes sanguíneos) e alergias não mediadas por IgE ( aquelas que apenas têm uma resposta imunitária/ do aparelho intestinal). E ainda estamos a tentar descobri-las todas, ainda estamos a tentar perceber reacções cruzadas, ainda estamos à procura.


Para além de serem alergias múltiplas difíceis de gerir temos ainda que lidar com o ” mas isso não é assim tão grave” porque alguns dos efeitos de alguns dos alérgenos não se fazem sentir imediatamente após a ingestão.


Não significa que não seja igualmente mau ou doloroso. Para mim o pior é os efeitos “silenciosos” que acarretam, nomeadamente da parte gastrointestinal. E eu tenho as minhas teorias ( baseadas na ciência) acerca da ligação intestino com doenças crónicas. E sinceramente, não as quero provar.


Quais os principais sintomas que identifiquei na bebé?

Para além dos sintomas inicias que já descrevi noutro post, o fato dela andar sempre de barriga sempre muito inchada, ter a parte inferior dos olhos inchada, alterações na mucosa e nas próprias fezes, problemas digestivos, eczema na pele e alterações respiratórias fez-me ficar alerta e ir à procura.

Podem ocorrer um destes sintomas ou vários. E a sintomatologia é idêntica em adultos mas por vezes associada a muitas outras coisas que torna mais dificil o diagnóstico per si.

Na realidade eu nunca tive manifestações de pele a não ser em contacto com o pó ( que fazia bolhas de água) mas quase que ia tendo um ataque quando comi caracóis depois de fazer exercício físico ( tenho alergia a marisco e moluscos).


Infelizmente (e felizmente para nós, claro), existem situações de alergias múltiplas gravíssimas que inclusive impedem as pessoas de ter uma vida normal ( como é o caso de um miúdo australiano que é alimentado unicamente por uma sonda). Alergias que ao mínimo cheiro fazem as pessoas ir parar ao hospital, alergias que podem inclusive levar à morte.

Aqui depois dos testes comprovados, também tento descobrir padrões para aquelas coisas que ” não conseguimos identificar no momento”.


O maior problema é que as alergias múltiplas não estão apenas relacionadas com a parte alimentar e este mundo das alergias é isso mesmo, UM MUNDO.


Um mundo que eu espero sinceramente que seja alterado à medida que ela vai crescendo para que possa viver nele. Enquanto isso nós tentamos fazer o melhor pelo nosso Mundo para evitar piorar o dela, o de outros e de muitos que aí virão.


Obviamente esta questão tem impactos sociais.

Não podemos usar qualquer coisa no corpo – nem tecidos nem cremes. Nem fragrâncias. Evitar peluches. E pó.


Não podemos comer o que nos apetece ou o que vemos comer. Não podemos ir almoçar/ jantar fora sem ter que pensar várias vezes no que vamos comer. Não podemos olhar para um menu de um restaurante e escolher o prato que mais nos apetece no momento sem ver a lista de ingredientes ou falar com o chefe para garantir que nada é contaminado.


Não podemos ir a festas de familiares ou de amigos sem levar o nosso prato embalado e sem que fiquemos sempre um pouco a babar para o que eles comem porque sim, eu também já comi aqueles alimentos e gostava, antes de saber que me faziam mal. [Esse facto não diminui a vontade de um sabor já conhecido apenas aumenta a consciência do que o meu corpo realmente necessita e precisa tentando que esse seja o meu foco.]


Já ela não sabe o que são todos os alimentos mas não deixa de querer provar. E custa pensarmos ” E como vai ser quando crescer? E na escola? E quando não estivermos lá?”.


Tento ao máximo aprender e ensinar-lhe o que poderão ser as alternativas mais saudáveis para ela, na esperança de que “amanhã” ela consiga fazer as suas próprias escolhas saudáveis e que estas mesmas alergias/ intolerâncias deixem de se manifestar tão intensamente.


Como a ajudo? Maminha POWER!

Aqui a amamentação é tudo.


A piriuka ainda mama e mamará enquanto ela quiser e eu perceber que isso é benéfico para ela. O leite materno nas alergias é muito importante para a reposição da microbiótica intestinal, sendo também fonte inigualável de anti corpos que ajudam ao longo do tempo a combater estas mesmas alergias.


No entanto, também carece que a mãe seja sujeita a uma dieta isenta de tudo o que faz “mal” a si ou à criança para o sucesso desta terapêutica. A dieta de evição é a única forma de combater as alergias alimentares ou pelo menos atenuar.


Já na parte respiratória, a amamentação também tem um papel muito importante e deixo aqui um estudo interessante sobre isso mesmo.


Os tratamentos existem: corticoides, cremes, anti histaminicos. Mas não eliminam a verdadeira causa que deve ser identificada por mais que custe para se poder fazer o  respectivo tratamento.

A boa noticia é que na maioria dos casos ( e dependendo da gravidade) pode-se fazer terapia de exclusão e inclusão progressiva com bons resultados mas tal como referi depende da gravidade dos casos e deverá ser sempre com assistência médica.


Falarei brevemente sobre vários tópicos de alergias, para poder elucidar e ajudar outras mães. Falarei do que tem sido ( e ainda é) a nossa luta. Darei todas as dicas que puder para tornar melhor a vida de pessoas com e sem alergias.


Por vezes as coisas não são tão #easy assim mas tudo depende da forma como olhamos para elas.

Podia ser pior mas felizmente não deixo que seja.

Aprendi a cozinhar e a apaixonar-me (ainda mais) pela cozinha. Tenho em mim o poder  de gostar de ler e ter conhecimento e de procurar respostas. Tenho em mim o poder de partilhar com outras pessoas a minha experiência e poder ajuda-las no seu caminho. Tenho em mim o poder de ajudar a minha família, a minha bebé.


E esse tornou-se no meu propósito.

Se gostaram do artigo, partilhem. Se conhecem alguém que esteja a passar pelas mesmas dificuldades, partilhem. O conhecimento é para ser partilhado, assim como as alegrias e as tristezas.

Porque nas palavras de alguém encontra-mos o nosso conforto e as nossas respostas, e isso torna tudo mais Easy!


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Credit foto: Annie Spratt & Caroline Hernan

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